Semana passada eu postei o rascunho do meu texto sobre os elfos de Arton. Hoje vai o texto descritivo do Leonel pra uma das classes de Tormenta RPG: o monge! Da mesma forma que o texto dos elfos, não há regras no material abaixo. Aproveite para comentar, criticar, sugerir!
Monge
Enquanto alguns confiam em armas, outros transformam o corpo em uma arma. Enquanto alguns pesquisam conhecimentos exóticos, outros buscam a verdade dentro de si mesmos. Enquanto alguns oram por ajuda divina, outros acham iluminação interior. O monge é alguém que aperfeiçoou a si mesmo a níveis quase sobrenaturais, treinando corpo e mente para funcionarem à perfeição.
Treinados em técnicas secretas de combate desarmado, ou empregando armas exóticas, estes artistas marciais aperfeiçoam-se durante anos em mosteiros antes de sair pelo mundo para viver aventuras, promover a justiça e aprimorar ainda mais suas habilidades. As poucas armas que um monge usa são extensões de seu corpo, usadas seguindo as disciplinas de luta que ele pratica. O monge típico não confia em bens materiais. Alguns usam roupas simples, pouco mais que farrapos, enquanto outros vestem cores vivas e espalhafatosas. Mas todos evitam armaduras pesadas - mestres das esquivas e acrobacias, são alvos muito difíceis.
Monges cultivam corpo, mente e alma à perfeição, tornando-se resistentes a todas as magias e efeitos nocivos. E promovem ordem acima de tudo: disciplinados ao extremo, expulsam distrações e pensamentos caóticos com meditação. Todo monge é severo, rigoroso... Especialmente consigo mesmo.
Embora a figura mais típica do monge venha de Tamu-ra, nem todos os membros desta classe se originam dessa cultura. O monge é aquele que treina a si mesmo física, mental e espiritualmente ao extremo, e é capaz de lutar desarmado. Gladiadores de Valkaria, lutadores de Tapista, atletas de Yuden e outros podem ser monges, mesmo sem as doutrinas tamuranianas.
Aventuras: para o monge, não é suficiente trancar-se em um mosteiro. Embora muitos apreciem a quietude e o isolamento, sabem que o verdadeiro modo de tornar o corpo e mente perfeitos é através das provações do mundo real. Além disso, muitos vêem como seu dever ajudar os necessitados e promover a justiça. Todos esses embarcam em aventuras e levam vidas errantes, bem ao gosto dos grupos de aventureiros. Existem também monges (menos espiritualmente elevados) que vagam pelo mundo em busca de desafios, pelo puro prazer da luta e para provar que seu estilo de combate é o melhor. Pouca coisa pode trazer mais respeito a uma técnica de luta do que um dos seus praticantes matando um dragão com um soco!
Tendência: todos os monges são Ordeiros. A disciplina necessária para a classe exige esse tipo de personalidade. Os monges mais frios e distantes do mundo são Neutros. Existem muitos monges Bondosos - a bondade é um fruto comum da evolução espiritual. Embora raros, monges Malignos são terríveis e perigosos - valentões que dominam os mais fracos por prazer, ou servos de organizações criminosas ou lordes cruéis.
Religião: os monges tamuranianos costumam venerar Lin-Wu. Monges também têm afinidade com Tanna-Toh (por seu aspecto pacífico e estudioso), Khalmyr (representando ordem e justiça) e Marah (pois muitas filosofias de luta desarmada pregam a paz acima de tudo). Alguns monges cultuam Tauron, usando sua doutrina de força e dominação como justificativa para oprimir os mais fracos.
Histórico: a maior tradição monástica de Arton estava em Tamu-ra, antes da destruição do reino pela Tormenta. Apenas recentemente o Império de Jade livrou-se da pestilência invasora. Uma lenta e dolorosa reconstrução começa, milênios de história e cultura esperando por resgate. Os monges são reservas vivas de conhecimento e treino em artes marciais, literalmente lutando para reavivar sua cultura. Monges sobreviventes do desastre treinaram alunos do continente, gerando monges em outros reinos (principalmente Deheon). No Império de Tauron, os melhores alunos das escolas de atletismo e luta desarmada são monges. Muitos monges treinam sozinhos, encontrando seu próprio caminho de iluminação através do esforço. Alguns habitantes de Salistick, com sua rejeição aos deuses, aliam conhecimento médico com treinamento físico no caminho para se tornar monges.
Raças: os monges humanos são os mais comuns em Arton. Existem histórias sobre elfos que juraram nunca mais usar armas ou magia depois da queda de Lenórienn, e tornaram-se monges. Minotauros, seres naturalmente disciplinados, tornam-se monges com rigidez militar. Anões dificilmente abandonam suas armaduras e armas para seguir este caminho, enquanto que halflings em geral amam muito o seu conforto, e não desejam uma vida de abnegação. Quase não se conhece monges goblins. Os qareen em geral são muito extrovertidos para os modos frugais dos monges, enquanto que os lefou são por demais caóticos.
Outras Classes: serenos e comedidos, os monges não cultivam rivalidades com ninguém. Costumam ter ótimas relações com paladinos, samurais e clérigos, que compartilham de sua personalidade disciplinada. No entanto, os monges vêem a necessidade de harmonia e o papel de todas as coisas no mundo, e sabem que mesmo os furtivos ladinos e os exuberantes bardos cumprem funções essenciais.
É isso. Quem sabe esta semana ainda eu não posto mais novidades sobre o Tormenta RPG? Fique ligado!
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O texto faz menção ao Império de Tauron e à Tapista.
ResponderExcluirSão coisas distintas?
Ou um é parte do outro?
Abraço.
@Danilo
ResponderExcluirOi, Danilo!
Pensa assim - Deheon é o reino-capital do Reinado. Tapista é o reino-capital do Império de Tauron.
Pode parecer implicância, mas o que é um qarren?
ResponderExcluirQarren são os meio-gênios de Arton... Só não faço ideia de como se pronuncía isso
ResponderExcluirQareen*
ResponderExcluir@ Edson: como o Renato disse, os qareen são os meio-gênios de Arton.
ResponderExcluir@ Renato: até onde eu sei, a pronúncia é /ca-'rín/ (a segunda sílaba é a tônica).
hmmm....
ResponderExcluirBem esclarecedor.
Obrigado pelas respostas (desta matéria e das outras) Gustavo.
Abraço.
@Danilo: Nem! Como eu disse na descrição do blog, quero ouvir vocês. Mas também pretendo responder. ;)
ResponderExcluirÉ que eu acho estranho demais um Q aí... por que não usar um C ou K?
ResponderExcluirFalando nisso, vocês pretendem colocar a pronuncia de alguns nomes no livro? Como os nomes dos deuses no LdJ de D&D. Até hoje na minha mesa se discute se é Mara ou Mará, Nixaela ou Nicaela... por aí vai o.O
Tipo Império de Tauron e Reinado.
ResponderExcluirUma Coroa divida em Dois.
Podemos esperar nvovo acontecimentos com a Aliança então?
@Renato Skhar: imagina o seguinte - o idioma de Arton não é o português. Nem o inglês, nem qualquer idioma da Terra. É o valkar, um idioma diferente dos nossos. Diferente em quê? Bom, em muitas coisas - tanto quanto cada mestre quiser. A verdade é que ele nunca foi realmente definido, mas funciona nessas condições. O nome 'qareen' é de uma raça descendente de seres de outros planos, cujo idioma é estranho pro povo de Arton. E se o valkar é estranho pra nós, então é melhor representar essa estranheza prum idioma estranho nos nossos idiomas da Terra de maneira que também cause estranheza - por isso o 'q' ao invés de um 'c' ou 'k'. Eu sou mega-a-favor de colocar as pronúncias no material (vide as minhas matérias na DragonSlayer). Entre nós, a gente diz /mará/ e /nishaela/.
ResponderExcluir@Rodrigo Louriçal: sim - como eu disse no fórum de Tormenta da Jambô, podem esperar novos acontecimentos com a Aliança Negra. Faz mais de um ano e meio que tô com o plot quase pronto. Vou começar a trabalhar a Aliança Negrade verdade entre 2010-11.
Agora que você falou, Gustavo, realmente faz sentido.
ResponderExcluirE ainda bem que eu tava certo nos casos de Marah e Nichaela... eu devia ter apostado com o pessoal da mesa hehehe
Um bom saber, deu até vontade de voltar a rolar uns dados.
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