Hail, galera!
Para comemorar o lançamento do
Guerras Táuricas, aqui vai um presentinho: o histórico, a ficha e o meta-histórico de dois dos personagens mais importantes do conflito - o bardo Galtan Silversong e o paladino Mark Silver. Vale dizer que as fichas foram feitas pelo Gui (o
Guilherme dei Svaldi, o
Guilherme da Jambô)
Galtan SilversongHistóricoGaltan é o filho mais novo de uma família nobre de Petrynia. Assim, nunca alimentou qualquer sonho de herdar alguma coisa. Livre de riquezas e títulos, abraçou a carreira que mais lhe dava prazer: a de bardo.
Graças ao patrocínio dos pais, Galtan estudou nos melhores conservatórios e com os melhores mestres. Entretanto, nunca quis ficar preso a um só lugar, ou a uma mesma canção ou estilo. Partiu pelo mundo em busca de aventuras, onde pudesse descobrir novos estilos musicais e compor suas próprias canções.
Logo no início de sua carreira, Galtan encontrou outros que também viajavam por Arton se aventurando. Juntando-se a eles, encontrou o que procurava. Imortalizou a si e aos companheiros em sua
Ode aos Leões de Aço. Foi neste grupo que conheceu o paladino Mark Silver, com quem manteve amizade mesmo depois que este se aposentou. Sendo um meio-elfo, Galtan ainda tinha muito tempo de vida — e aventuras — pela frente.
Foi pego pelas Guerras Táuricas quando buscava inspiração na costa oeste de Petrynia. As entradas em seu diário se tornaram um dos relatos mais importantes de toda a guerra. Hoje, Galtan é convidado por nobres e militares para contar sua experiência com a guerra em detalhes, seja por capricho de seus contratantes, seja por curiosidade estratégica e militar. Já deu muitas palestras tanto na Academia Arcana quanto em Vectora. Yuden é um de seus destinos mais freqüentes.
Com a riqueza que acumulou durante suas aventuras, Galtan patrocina muitos bardos e aventureiros em início de carreira, principalmente se esses demonstrarem alguma indignação com o domínio dos minotauros. Diz-se que suas palestras são muitas vezes reuniões disfarçadas, onde recruta espiões e discute planos de contra-ataque. Ainda circulam boatos de que há uma donzela (ou várias!) que o bardo gostaria de tirar de Petrynia, libertando-a do domínio dos minotauros. Certamente aventureiros seriam úteis na empreitada. Galtan pode ser encontrado em qualquer lugar de Arton, mas considera Malpetrim o seu lar.
FichaGaltan Silversong: humano Bardo 12, NB; ND 12; tamanho Médio, desl. 9m; PV 57; CA 26 (+6 nível, +4 Des, +6 armadura); corpo-a-corpo: florete de mithral obra-prima +15 (1d6+6,
17-20); hab. conhecimento de bardo +15, música de bardo (fascinar, inspirar competência, inspirar coragem, inspirar coragem aprimorada, inspirar coragem maior, melodia revigorante, sugestão, sugestão em massa); Fort +7, Ref +12, Von +8; For 11, Des 19, Con 12, Int 16, Sab 10, Car 21. Perícias & Talentos: Acrobacia +19, Atuação (música) +20, Cavalgar +19, Conhecimento (arcano) +18, Diplomacia +20, Enganação +20, Furtividade +19, Identificar Magia +18, Intuição
+15, Obter Informação +20, Percepção +15; Acrobacia Audaz, Acuidade com Arma, Artista, Especialização em Combate, Esquiva, Fintar Aprimorado, Foco em Arma (fl orete), Panache. Magias de Bardo Conhecidas (PM 28; CD do teste de resistência 15 + nível da magia): 0 — brilho, detectar magia, intuir direção, pasmar; 1º — ataque certeiro, compreender idiomas, curar ferimentos leves, enfeitiçar pessoa, escudo arcano, fogo das fadas, invisibilidade contra animais, salto; 2º — agilidade do gato, esplendor da águia, refl exos; 3º — esculpir som, esfera de invisibilidade, velocidade; 4º — confusão, conjuração de sombras, movimentação livre. Equipamento: cavalo de guerra, couro batido +3, fl orete de mithral obra-prima, instrumento musical.
Mark SilverHistóricoMark nunca conheceu seus pais. Foi deixado em uma cesta na porta de um templo de Khalmyr, com um medalhão que trazia seu nome ao redor do pescoço. Os clérigos e sacerdotes que o encontraram criaram-no da melhor maneira que conheciam: dentro da fé do Deus da Justiça.
Com poucos anos Mark já demonstrava grande sabedoria, além de fé verdadeira e dedicação fervorosa aos ensinamentos de Khalmyr. Também demonstrava grande poderio muscular e resistência física, além de uma personalidade marcante e grande força de caráter.
Abençoado com todas essas habilidades, Mark pôde decidir seu destino quando chegou à idade certa. Entretanto, onde o Alto Clero via muitas possibilidades, Mark enxergava apenas um caminho: o de paladino. A escolha do jovem foi acolhida e abençoada por Khalmyr. Logo, Mark cavalgava por Arton protegendo os mais fracos e levando a palavra do Deus da Justiça.
Mark não se aventurou sozinho por muito tempo; durante suas andanças, conheceu um grupo de heróis, a quem se juntou — os Leões de Aço. Entre seus companheiros de aventuras estava o jovem bardo Galtan Silversong. Eles e os outros permaneceram juntos por vários anos, até cada um escolher seguir seu próprio caminho. Em ritmo de aposentadoria, Mark foi para Malpetrim,
onde fixou residência.
Uma vez na Capital dos Aventureiros, não demorou a fazer nome para si. Poucos anos depois, foi convidado a fazer parte do Conselho Regente da Cidade — cargo que ocupa até hoje. Malpetrim é uma espécie de capital da resistência, e Mark faz parte do movimento. Mesmo vendo com bons olhos alguns elementos do modo de vida tapistano, enxerga também a abominável escravidão, e a falta de liberdade.
FichaMark Silver: Paladino 13, LB; ND 13; tamanho Médio, desl. 6m; PV 119; CA 32 (+6 nível, +1 Des, +11 armadura, +2 escudo); corpo-a-corpo: espada longa bondosa +2 +20 (1d8+12, 19-20) ou lança montada de adamante obra-prima +19 (2d6+10, x3); hab. aura de coragem, bênção da justiça (arma da fé, armadura da fé, poder sagrado), canalizar energia positiva 3d6, código de
conduta, cura pelas mãos 3d8+3, destruir o mal 5/dia, detectar o mal, divindade (Khalmyr), graça divina, remover condição (abalado, apavorado, doente), saúde divina, vínculo divino (montaria sagrada); Fort +15, Ref +11, Von +13; For 19, Des 12, Con 16, Int 10, Sab 13, Car 19. Perícias & Talentos: Cavalgar +17, Conhecimento (religião) +17, Diplomacia +20, Intuição +17; Ataque Poderoso, Comandar, Combate Montado, Domínio da Força, Investida Montada,
Investida Implacável, Foco em Arma (espada longa), Foco em Arma (lança montada), Foco em Armadura (pesada). Equipamento: armadura completa +2, espada longa bondosa +2, escudo pesado obra-prima, lança montada de adamante obra-prima. Montaria Sagrada: animal 12, N; tamanho Grande, desl. 12m; PV 108; CA 24 (+6 nível, –1 tamanho, +2 Des, +2 natural, +5 armadura); corpo-a-corpo: cascos +14 (1d8+11); Fort +12, Ref +10, Von +7; For 20, Des 14, Con 18, Int 2, Sab 13, Car 6. Perícias & Talentos: Percepção +16; Ataque Poderoso, Atropelar Aprimorado, Corrida, Foco em Arma (cascos), Tolerância, Vitalidade. Equipamento: cota de malha obra-prima.
Meta-HistóricoO Galtan e o Mark foram dois dos personagens mais marcantes que eu conheci. E dois dos mais legais também. Eles eram os personagens de dois dos meus melhores amigos em uma das nossas campanhas:
os Leões de Aço.
Dentre todas as campanhas que eu mestrei,
Leões de Aço é a minha favorita. Ela começou em fevereiro de 1999 e terminou em fevereiro de 2006. A gente começou jogando AD&D, depois D&D 3.0 e então D&D 3.5.
Claro que o histórico dos dois personagens em
Tormenta é diferente daquele dos
Leões de Aço; afinal, tratam-se de dois mundos diferentes (Arton e Abeir-Toril), e cada um tem seus deuses e eventos próprios. Mas a história é basicamente a mesma: Galtan também era um bardo meio-elfo filho de nobres em
Leões de Aço, e o Mark foi mesmo deixado em uma cesta na porta de um templo. Os dois foram mesmo companheiros de grupo, o grupo conhecido como
Leões de Aço. As fichas são diferentes, é verdade, mas adequadas. Acho que o espírito dos dois personagens está ali, mesmo que ainda tenha algo a ser desenvolvido.
O Galtan era o personagem do Gregory, e o Mark era o do Roger. O Gregory (Weiss Costa) supervisiona as
Crônicas do Senhor Apêdice, entre outros projetos, e o Roger é o Roger Medeiros, o
Roger Med, que ilustra a
Gazeta do Reinado na
DragonSlayer e também ilustrou
Contra Arsenal e
Guerras Táuricas (ente outros trabalhos).
Quando a campanha começou, lá em 1999, ninguém sabia que ela ia se tornar tão épica, tão memorável, tão marcante. Imaginem que, na época, eu tinha 19 anos e tinha acabado o meu primeiro ano de faculdade, o Gregory 14, ainda no colégio, o Roger 18 (terminando ou recém terminado a escola técnica, não lembro direito). O bebê do grupo era o Tomate (o Gustavo Sandri Heidner, d'
A Toca do Virginiano), com 13 (também no colégio). Ou seja, a campanha dos
Leões de Aço atravessou uma época importante das nossas vidas, e muitas vezes se misturou com a realidade; impossível dizer que a personalidade e as mudanças na vida
dos jogadores não influenciaram na vida e nas decisões
dos personagens (e vice-versa!). Também tomaram parte importante da campanha o
Julio, o
Panisson, o
Luciano, o
Fernando e o
Lelinho (não enche - tu vai ser "Lelinho" pra sempre,
o teu filho que se contente com "Lelinhozinho"!) entre vários outros jogadores que entraram e saíram da campanha ao longo dos seus sete anos. Mas eu estou divagando - de volta ao ponto, então.
O Galtan era a alma dos Leões de Aço. Ele colocava boa parte da coisa em andamento, com suas muitas interações com os vários NPCs de Forgotten (ah, sim, eu esqueci de dizer que a campanha dos
Leões de Aço se passava em Forgotten Realms - vejam
aqui e
aqui). o Mark era o líder e consciência do grupo, uma cruza de Superman com Capitão América. O Galtan sempre foi um bardo, tanto em
Tormenta quanto em
Leões de Aço, mas o Mark era um clérigo de
Torm (e não um paladino de
Tyr, como se poderia imaginar). O Mark usava o kit
paragon, do
Warriors and Priests of the Realms (um excelente suplemento para quem curte Forgotten!), que fazia dele quase que um paladino (e, não à toa, ele era chamado muito mais de paladino do que de clérigo). Em
Tormenta, para facilitar, o Mark virou um paladino de Khalmyr (uma decisão minha, e que eu acho que funciona muito bem).
Foram muitas peripécias ao longo daqueles sete anos. Como a campanha começou em AD&D, a gente usava
a antiga caixa básica de Forgotten, publicada no Brasil pela Abril e pela Devir (a caixa básica revisada de 1996). Quando passamos a campanha para D&D 3.0, usamos as regras dos livros básicos mais as do Forgotten básico, mas mantivemos a mesma
timeline da antiga caixa mais os eventos da própria campanha (nota: até hoje, eu considero aquela caixa a melhor edição de Forgotten, com o livrão básico da 3.0 logo em segundo lugar).
Entre os eventos, a participação dos Leões de Aço na busca por
Mithral Hall e muitas aventuras ao lado dos
Companions of the Hall Drizzt,
Wulfgar,
Regis,
Cattie-Brie e, é claro, do
Rei Bruenor Battlehammer (desnecessário dizer que
eu devorei as muitas trilogias do Drizzt, né? ;) ). A rivalidade (para não dizer
ódio mortal) do drow Artifex (acho que o meu NPC preferido até hoje!); as muitas intrigas de Katha, um
arcano vermelho de Thay e über-vilão da campanha; as muitas batalhas contra os orcs infiltrando-se em
Cormyr a mando de sua deusa-dragoa; todos os
dungeoncrawls nas cercanias de
Shadowdale (o Vale das Sombras) e os encontros com os avatares dos deuses de Forgotten; o mega-plot do retorno de
Bane,
Bhaal e
Myrkul, e os planos dentro de planos, dentro de planos, dentro de planos de
Cyric (ah,
Avatar Trilogy, eu te adoro!); a proteção do
Cyrinishad; sem falar na mega-batalha nos portões de
Suzail, no final da campanha... E muito, muito mais. Foi mesmo épico. Memorável. Eterno.
O Galtan era uma figuraça; ele foi o responsável por colocar os Leões de Aço na maioria dos
subplots e
sidequests da campanha (e me fazendo criar um monte de coisa
on the fly, para suprir a fome de exploração e aventuras). Acho que ele interagiu com quase todos os NPCs que o grupo encontrou (ou que ele encontrou sozinho), o que me ajudou bastante a desenvolver o meu lado teatral (ou isso ou ouvir um "Ná-ná-ná-nada de NPC genérico! Até parece que todo mundo é igual!" - e imaginem que, ao longo de sete anos de campanha, os NPCs chegavam na casa das centenas!). O Galtan era tipo um Han Solo (
and I quote:) "com cara de Peter Parker"; ele era um tremendo
ladies man - que o digam as muitas donzelas seduzidas na passagem do grupo -, e um herói de corpo e alma. Que os bardos cantem para sempre seu sacrifício no momento de maior desespero dos Reinos Esquecidos!
O Mark era tudo o que um clérigo do Deus do Dever deveria ser: sério, centrado, nobre, dedicado, heróico... E também o líder natural do grupo. Ele era o cara que dava os toques quando alguém ia fazer uma merda, mas também o primeiro na frente de batalha - de
qualquer batalha - quando o combate era inevitável. Era o curandeiro do grupo e a voz da consciência. O diplomata. Mas também um soldado. Como eu disse, uma cruza de Superman com Capitão América. Mas a maior virtude dele talvez fosse sua lealdade aos amigos - até o fim, quando a lealdade pelo seu irmão de
Leões de Aço Mitelus falou mais alto que sua dedicação ao deus Torm: "Mitelus! Até o fim, Mitelus! Amigos para sempre!"...
Oh, well. Foi uma grande campanha, aquela. Memorável. E com grandes personagens. Nenhuma boa campanha pode existir sem grandes personagens. *suspiro* Que o Galtan e o Mark possam agora ajudar a enriquecer as suas campanhas. Que os deuses rolem bons dados para vocês! Para os
Leões de Aço, foram os melhores dados. De todos.